terça-feira, 20 de setembro de 2016

RESULTADOS
Para esta pesquisa foram entrevistados um total de 20 pescadores que frequentam a Lagoa da Pampulha, sendo apenas 1 do sexo feminino e os outro 19 do sexo masculino. Buscamos identificar a idade desses pescadores. Do total de entrevistados, 50% possui idade superior a 41 anos, sendo a faixa etária mais significante, como pode ser visto no gráfico 1 abaixo:
Questionamos também sobre o motivo que os levaram a pescar na Lagoa da Pampulha. A quantidade de pessoas que ali pescam por lazer ou para consumo próprio deu a mesma porcentagem em cada (47%), assim 94% dos entrevistados pescam para consumo próprio e para lazer. Apenas 6% dos entrevistados (apenas 2) assumiram que pescam para vender os peixes para amigos, familiares e vizinhos. Não conseguimos obter mais informações sobre o local em que esses peixes são vendidos, se são comercializados para bares, restaurante e afins. Os pescadores ficaram receosos em nos responder essa questão.
No momento das entrevistas, vários entrevistados disseram que gostam de pescar em rios e, portanto, pescam na Lagoa da Pampulha somente às vezes (40%). 45% dos entrevistados pescam na Lagoa da Pampulha pelo menos uma vez por semana, dependendo da rotina de trabalho, e 15% afirmam que pescam quase todos os dias. O gráfico a seguir mostra essa distribuição.


Questionamos também se esses pescadores tiveram algum tipo de doença que, acreditamos, estariam relacionadas ao contato direto com as águas da Lagoa da Pampulha. Apenas 2 dos 20 entrevistados afirmaram ter tido Dengue a pouco tempo atrás. Como houve em Belo Horizonte um surto nos casos de Dengue, não podemos inferir que a doença foi ocasionada por descuido em relação à lagoa. O restante não se queixou de nenhuma doença ou desconforto que poderia ser consequência da contaminação da água e de peixes. Com isso, não atingimos o nosso objetivo de relacionar as possíveis doenças infecciosas com o fato de pescarem e/ou consumirem os peixes da Lagoa da Pampulha.
A etapa do questionário que nos chamou mais atenção foi referente ao conhecimento que os pescadores possuem sobre a poluição da água e o risco em pescar na Lagoa da Pampulha. 75% dos pescadores desconhecem os riscos causados pela poluição das águas e das diversas formas de contaminação que podem estar sujeitos devido ao consumo do peixe também contaminado. Alguns deles já ouviram falar em noticiários que a lagoa está poluída, mas acreditam em informações do senso comum, tais como a que quando o peixe é preparado (frito ou cozido) as bactérias morrem devido à alta temperatura da panela, ou então que se a lagoa estivesse realmente poluída os peixes não sobreviveriam naquelas águas. Dizem, inclusive, que se o consumo de peixes da Lagoa da Pampulha provocasse algum tipo de doença já estariam mortos, pois consomem esse pescado há muitos anos e até então nunca tiveram doença alguma. Outros acreditam que, pelo fato de a Prefeitura de Belo Horizonte estar tratando a água da lagoa, esta não oferece risco algum a saúde de quem consome os peixes lá pescados.
Apenas 25% reconhecem os riscos que o contato com a água e o peixe contaminados da Lagoa podem acarretar riscos à saúde humana. Esses pescadores nos relataram ter conhecimento da poluição causada por esgotos domésticos, indústrias e até por metais pesados, e por esse motivo não consomem os peixes e os devolvem para a lagoa. Dizem ter conhecimento, mas não evitam o contato com a lagoa como forma de prevenção a doenças. Esses números estão dispostos no gráfico abaixo.


Com esse trabalho, percebemos que os pescadores desconhecem os riscos causados pelo contato direto com a água e pelo consumo dos peixes da Lagoa da Pampulha. A maioria dos pescadores entrevistados acredita em noções comuns de que ao preparar o peixe, principalmente por meio de fritura, a “poluição” é contida e o consumo do peixe se torna seguro. Alguns poucos conhecem os problemas causados pela poluição na lagoa, mas ignoram os fatos e continuam pescando mesmo assim.

Infelizmente, não conseguimos dados suficientes para relacionar as diversas doenças que podem ser ocasionadas por micro-organismos que ali se proliferam. Este pode ser um tema que poderá ser mais bem trabalhado em pesquisas futuras.

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