RESULTADOS
Para esta pesquisa foram entrevistados um total
de 20 pescadores que frequentam a Lagoa da Pampulha, sendo apenas 1 do sexo
feminino e os outro 19 do sexo masculino. Buscamos identificar a idade desses
pescadores. Do total de entrevistados, 50% possui idade superior a 41 anos,
sendo a faixa etária mais significante, como pode ser visto no gráfico 1
abaixo:
Questionamos também sobre o motivo que os
levaram a pescar na Lagoa da Pampulha. A quantidade de pessoas que ali pescam
por lazer ou para consumo próprio deu a mesma porcentagem em cada (47%), assim
94% dos entrevistados pescam para consumo próprio e para lazer. Apenas 6% dos
entrevistados (apenas 2) assumiram que pescam para vender os peixes para
amigos, familiares e vizinhos. Não conseguimos obter mais informações sobre o
local em que esses peixes são vendidos, se são comercializados para bares,
restaurante e afins. Os pescadores ficaram receosos em nos responder essa
questão.
No
momento das entrevistas, vários entrevistados disseram que gostam de pescar em
rios e, portanto, pescam na Lagoa da Pampulha somente às vezes (40%). 45% dos
entrevistados pescam na Lagoa da Pampulha pelo menos uma vez por semana,
dependendo da rotina de trabalho, e 15% afirmam que pescam quase todos os dias.
O gráfico a seguir mostra essa distribuição.

Questionamos também se esses pescadores tiveram
algum tipo de doença que, acreditamos, estariam relacionadas ao contato direto
com as águas da Lagoa da Pampulha. Apenas 2 dos 20 entrevistados afirmaram ter
tido Dengue a pouco tempo atrás. Como houve em Belo Horizonte um surto nos
casos de Dengue, não podemos inferir que a doença foi ocasionada por descuido
em relação à lagoa. O restante não se queixou de nenhuma doença ou desconforto
que poderia ser consequência da contaminação da água e de peixes. Com isso, não
atingimos o nosso objetivo de relacionar as possíveis doenças infecciosas com o
fato de pescarem e/ou consumirem os peixes da Lagoa da Pampulha.
A etapa do questionário que nos chamou mais
atenção foi referente ao conhecimento que os pescadores possuem sobre a
poluição da água e o risco em pescar na Lagoa da Pampulha. 75% dos pescadores
desconhecem os riscos causados pela poluição das águas e das diversas formas de
contaminação que podem estar sujeitos devido ao consumo do peixe também
contaminado. Alguns deles já ouviram falar em noticiários que a lagoa está
poluída, mas acreditam em informações do senso comum, tais como a que quando o
peixe é preparado (frito ou cozido) as bactérias morrem devido à alta
temperatura da panela, ou então que se a lagoa estivesse realmente poluída os
peixes não sobreviveriam naquelas águas. Dizem, inclusive, que se o consumo de
peixes da Lagoa da Pampulha provocasse algum tipo de doença já estariam mortos,
pois consomem esse pescado há muitos anos e até então nunca tiveram doença
alguma. Outros acreditam que, pelo fato de a Prefeitura de Belo Horizonte estar
tratando a água da lagoa, esta não oferece risco algum a saúde de quem consome
os peixes lá pescados.
Apenas 25% reconhecem os riscos que o contato
com a água e o peixe contaminados da Lagoa podem acarretar riscos à saúde
humana. Esses pescadores nos relataram ter conhecimento da poluição causada por
esgotos domésticos, indústrias e até por metais pesados, e por esse motivo não
consomem os peixes e os devolvem para a lagoa. Dizem ter conhecimento, mas não
evitam o contato com a lagoa como forma de prevenção a doenças. Esses números
estão dispostos no gráfico abaixo.
Com esse
trabalho, percebemos que os pescadores desconhecem os riscos causados pelo
contato direto com a água e pelo consumo dos peixes da Lagoa da Pampulha. A
maioria dos pescadores entrevistados acredita em noções comuns de que ao
preparar o peixe, principalmente por meio de fritura, a “poluição” é contida e
o consumo do peixe se torna seguro. Alguns poucos conhecem os problemas
causados pela poluição na lagoa, mas ignoram os fatos e continuam pescando
mesmo assim.
Infelizmente,
não conseguimos dados suficientes para relacionar as diversas doenças que podem
ser ocasionadas por micro-organismos que ali se proliferam. Este pode ser um
tema que poderá ser mais bem trabalhado em pesquisas futuras.